Uma parte essencial do processo de criação de um produto é determinar qual será a experiência do usuário ao interagir com tal, de forma que o design terá que levar em consideração aspectos de como os seres humanos entram em contato com objetos, tanto digitais quanto analógicos, e de como as informações são captadas. Desta forma, a exploração dos cinco sentidos é uma ferramenta fundamental para garantir a imersão, o entendimento da peça e a satisfação, ou emoção desejada, passada do produto ao usuário.
VISÃO
A visão é o sentido que mais prevalece no design, sendo o maior meio de captação de informações transmitidas pelo produto. Por meio de elementos visuais como cores, materiais, diagramação, texto, ilustrações, ícones e símbolos, o espectador absorve a mensagem idealizada pelo designer nos mais variados meios, como cartazes, interfaces digitais, animações, vídeos e objetos físicos. O aspecto visual de um produto impacta muito quem o vê, tanto inconscientemente, ao provocar, por exemplo, sentimentos através da psicologia das cores, e conscientemente, ao promover questionamentos através de ilustrações. Além disso, a visão pode ser explorada com ilusões de realidade em simulações virtuais, através da tecnologia da Realidade Aumentada (AR) e da Realidade Virtual (VR).
AUDIÇÃO
A audição preenche um papel no produto que causa bastante impacto na qualidade imersiva e sentimental do mesmo. Em videogames, por exemplo, a trilha sonora pode indicar desde perigo até a vitória do jogador, dependendo de que tipo de informação os designers de som escolherem passar no momento do jogo. Levando sempre em consideração a forma a qual a mente humana interpreta sons como positivos ou negativos, atrelados às mais diversas emoções. Além disso, a imersão proporcionada por sons pode criar ilusões que envolvem outros sentidos, como sentir vento batendo na pele ou até mesmo calor, assim tornando a experiência do usuário do produto mais intensa e "realista", como acontece na Realidade Virtual e em exposições interativas, por exemplo.
TATO
O tato se manifesta no produto estipulado na escolha de texturas, temperatura, consistência e maciez, dentre outras qualidades físicas, que muitas vezes também impactam psicologicamente os usuários, de forma que essas podem provocar sensações, memórias e até mesmo reflexão. O design de móveis e de brinquedos são exemplos de produções nas quais o tato prevalece, juntamente com a visão, de forma que esses produtos entram bastante em contato com o corpo. Porém, ao contrário do que geralmente é pensado, nem sempre o conforto e a satisfação são os objetivos da peça, dependendo da finalidade da mesma definida pelo designer.
OLFATO
O olfato é menos convencional nos produtos de design, porém possui grande potencial, devido ao fato de que a memória olfativa é a mais intensa dentre as relacionadas a outros sentidos. Esse aspecto do olfato é utilizado por diversas marcas para tornar o produto mais memorável ou para reforçar ideias atreladas ao produto, por exemplo, a loja de sandálias Melissa confecciona produtos que emitem um odor que remete a temas infantis, e marcas com um público alvo jovem tendem a usufruir de odores cítricos, pois remetem a sensação de liberdade e relaxamento.
PALADAR
Por último, o paladar, que também não é muito explorado no design, recentemente tem virado parte desse meio através da impressão 3D de alimentos. Um exemplo dessa prática é a marca Foodini que confecciona impressoras 3D que utilizam alimentos frescos como matéria prima e visa a alimentação saudável, produzindo a partir de diversas receitas comidas não processadas.
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