A tecnologia vestível, também conhecida pelo seu termo em inglês wearable, diz respeito a dispositivos inteligentes que ficam conectados diretamente com o usuário, por tomar forma de acessórios ou até mesmo roupas. Sendo uma das ideias principais dos wearables a passividade do usuário enquanto o dispositivo inteligente capta e reage a determinados comportamentos, condições internas e do ambiente, além de outras percepções. As aplicações dessa tecnologia são muito variadas, sendo as mais comuns relacionadas a área de saúde e facilitação da rotina. A forma mais conhecida da tecnologia vestível são os smartwatches (relógios inteligentes), como o Apple Watch, desenvolvido pela Apple, e smartbands (pulseiras inteligentes), como o Galaxy Fit, da marca Samsung.
Estudos de 2019 já apontavam como a tecnologia vestível ganhará cada vez mais crescimento e adesão no mercado. Segundo pesquisas da empresa de tecnologia Gartner, a previsão para o final do mesmo ano era de um crescimento de comercialização superior a 25,8% em relação a 2018. Além disso, era afirmado que a demanda por wearables cresceria em 300% em 2020 e 2021, assim firmando a gradativa ascensão de tal tecnologia.
Entre os benefícios mais comuns entre os dispositivos vestíveis, encontra-se o incentivo às atividades físicas, devido a obtenção de informações sobre o exercício praticado pelo usuário, e como o corpo do mesmo reage à atividade, assim te informando sobre seu desempenho e benefícios do exercício. Além do monitoramento da saúde do usuário, medindo frequência cardíaca, níveis respiratórios, qualidade do sono e até mesmo estresse. Ademais, a integração entre dispositivos estimulada pelos wearables estimula o mercado a sincronizar e conectar mais dispositivos entre si, armazenando as informações obtidas na nuvem.
A tecnologia vestível passou a ser mais notável academicamente na década de 1980, porém seu reconhecimento global veio com a invenção do Google Glass, em 2012, o qual consiste de um óculos inteligente, que visava fornecer informações no plano da visão do usuário, e popularizou o conceito de smart glass, sendo o precursor dessa área. Porém, vale mencionar que o primeiro wearable criado não possuía um objetivo convencional, ou até mesmo relacionado aos fins mais comuns entre esse tipo de tecnologia. Em 1961, o professor de matemática Edward O. Thorp. criou um dispositivo para trapacear em jogos de apostas em cassinos, de forma que o aparelho estimava onde a bola pararia na roleta e informava ao jogador a opção mais segura para se apostar.
A moda, de certa forma, também foi afetada pela ascensão da tecnologia vestível, desde uma forma mais convencional, através de smartwatches esportivos personalizados, como o Apple Watch Series 4 Nike+, e o recurso My Style (meu estilo) do smartwatch da Samsung Galaxy Active 2, no qual o usuário recebe um plano de fundo personalizado com uma paleta de cores que combina a vestimenta do mesmo, ao, simplesmente, tirar uma foto da roupa. Além de camisetas inteligentes que medem os batimentos cardíacos de quem a usa, e um vestido composto por luzes LED que altera a cor do vestido dependendo das reações nas redes sociais.
Outras invenções, apresentadas em respectiva ordem nas imagens abaixo, são a jaqueta Lake Tahoe da marca Nu Down, que visa o isolamento térmico e o contato com serviços de emergência, caso um acidente ocorra, com atletas de esportes que atuam em climas frios. Além do moletom Wired da marca Rusty, que possuem fones de ouvido embutidos na corda de ajustar capuz e a linha de roupas chamada Thin Ice, que visa auxiliar o emagrecimento do usuário por meio da regulação temporal e metabolismo.
Já na área da saúde, o uso de wearables apresenta grandes possibilidades. A tecnologia que agrega monitores de atividade e sensores corporais pode auxiliar na detecção de mudanças no estado da saúde dos pacientes, assim facilitando a identificação de sintomas. Além da monitoração em geral dos sinais vitais apresentados pelo paciente, através da medição da pressão sanguínea e frequência respiratória, por exemplo. Ademais, a tecnologia vestível pode auxiliar os médicos, através da funcionalidade de alertar os profissionais, para socorrer pacientes caso o dispositivo detecte alguma emergência nos sinais vitais do usuário, como ataques cardíacos e convulsões. Outro benefício seria a otimização do tempo de trabalho dos médicos e da demanda de atendimento, pois os wearables facilitariam o monitoramento a distância dos pacientes, enquanto os médicos atendem outros.
A evolução da presença da tecnologia vestível no mercado cria a tendência de que os wearables se tornem mais populares e, eventualmente, se tornem tão comuns como smartphones. Um dos motivos encontrados para isso seria a grande possibilidade que essa tecnologia traz de agir em diversas áreas, como a médica, a rotineira, dentre outras que podem vir a englobar o uso de wearables.
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